CONSELHO REGIONAL DE ADMINISTRAÇÃO DE PERNAMBUCO - (CRA-PE)

Páginas

quarta-feira, 17 de novembro de 2010

C O N S U M I S M O

 

Quem não lembra do filme "Os delírios de Consumo de Becky Bloom"? Compradora compulsiva, a protagonista não resiste a uma vitrine de loja. Compra tudo que vê pela frente até estourar o cartão de crédito, ficar pendurada nos bancos e ter que vender tudo para liquidar as dívidas.


Na vida real, o comportamento de Becky tem nome: oniomania ou transtorno do comprar compulsivo (TCC). Doença que atinge 5% da população mundial segundo estimativas da Organização Mundial de Saúde (OMS). Uma a cada vinte pessoas sofre do mal que desestrutura famílias, separa casais, causa desemprego, e leva cada vez mais brasileiros aos consultórios médicos de psicologia e psiquiatria.

A doença é silenciosa, solitária, sorrateira. Se instala na vida das pessoas independentemente de idade, sexo ou classe social. As mulheres são mais vulneráveis e também corajosas para admitir que estão doentes e precisam de ajuda. Mas a vergonha ainda afasta o oniomaníaco dos tratamentos que são feitos com terapiasem grupo, psicoterapia e em alguns casos associados a medicamentos. Até porque existem sintomas do TCC, como depressão, ansiedade, rejeição, que devem ser tratados paralelamente à compulsão por comprar. Os profissionais da área são taxativos: assim como a bebida, o álcool e as drogas, o compulsivo deve ficar sempre vigilante para evitar as recaídas.
O Diario entrevistou algumas pessoas que sofrem da compulsão por compras, mas não vai revelar nomes ou profissões para preservar a identidade. B.A., 57 anos, está em tratamento há um ano e meio numa clínica especializada em compulsões. "Eu me endividava porque não me achava bonita, era complexada e precisava agradar as pessoas. Ganhava R$ 1 mil e gastava R$ 3 mil. Eu comprava e ninguém sabia. Me endividei e meu nome foi parar no SPC", conta. Ela chegou ao fundo do poço, se separou do marido, deixou de trabalhar, e o pior, ficou nas mãos de agiotas.

Foram dois anos de sofrimento para B.A. reconhecer a doença e procurar ajuda profissional. A gota d'água: uma faturado cartão com R$ 638 de despesas de lanches. "Cai na depressão, parei de trabalhar e só fazia chorar o tempo todo. Aí tomei consciência que tinha um problema e precisava me tratar", revela. Ela reconhece que é difícil enfrentar o vício de comprar. Teve que se livrar dos cartões de crédito e ficou sem pegar em dinheiro. A lição: "Nada que é externo completa o que a gente precisa internamente. Nossas respostas estão dentro da gente e não no dinheiro. Não é a busca da droga, da bebida e das compras que resolve nossos problemas. Eu precisava sofrer para aprender".

A oniomania não escolhe idade. A.J., 26 anos, faz uma retrospectiva da infância e descobre que a compulsão por consumo começou desde cedo. "Quando eu era criança meu irmão mais velho recebia a mesada e eu também. Ele sempre juntava e eu nunca conseguia guardar dinheiro. Quando ia comprar uma roupa com a minha mãe, voltava com mais de uma", diz. Depois de ficar adulta a ida ao shopping é como chegar ao paraíso. "A minha diversão é comprar. Da última vezque fui ao shopping comprei três pares de sapatos, três calças e dois anéis. Gastei no total R$ 750 no cartão parcelado", descreve.

O descontrole financeiro começa a incomodar A.J. porque o salário não dá para pagar as contas. Ela tem a parcela de um carro financiado até 2014, além das dívidas parceladas no cartão de crédito. "Não consigo dividir as despesas de casa com o meu marido e para pagar o cartão eu fico devendo à minha mãe. A restituição do meu Imposto de Renda já está toda comprometida", lamenta. Mas resume numa frase o seu vício: "Quando eu compro me faz bem. É melhor do que comer chocolate".

Crédito fácil alimenta compulsão

Transtorno // Oniomaníaco perde a noção do valor do dinheiro e se endivida de inúmeras formas para continuar a fazer compras

Cartão de crédito estourado, limite do cheque especial, dinheiro emprestado de agiota, nome sujo na praça. Esse é o lado cruel da oniomania. As pessoas se endividam compulsivamente para consumir mais e sem controle. Contam com as facilidades e armadilhas do crédito fácil. Os cartões de plástico chegam em casa, o banco aumenta o limite de crédito, as financeiras oferecem empréstimo com prazos a perder de vista e juros estratosféricos. Não importa. O que vale é alimentar a compulsão e comprar, comprar, comprar... O oniomaníaco perde a noção do valor do dinheiro. Não se pergunta se precisa de determinado bem, mas se deseja aquele objeto para se satisfazer.

A compulsão por consumo tem um viés comportamental sociológico. Numa sociedade consumista, os indivíduos são estimulados a consumir para se inserir no grupo. "É uma forma de demarcar posição na sociedade. O consumo expõe um mercado de grifes e marcas, estilo de vida e prestígio. O sujeito é levado a consumir para ter um padrão social e se distinguir do outro",aponta o professor de sociologia Paulo Marcondes, do Departamento de Ciências Sociais da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE).

Um fenômeno que é observado em todas as classes sociais, só que é mais perverso com as classes de renda mais baixa, cujo bombardeio da publicidade atinge igualmente aos das camadas mais altas. "Eles têm os mesmos desejos de consumo das pessoas de renda mais alta, só que o problema financeiro será grande porque a satisfação do consumo vai gerar aflição e angústia. Muitas vezes as classes menos favorecidas compram objetos que não vão usar para se sentirem incluídas, e acabam se endividando", completa o sociólogo.

Marcondes destaca que a própria sociedade estimula o sujeito ao consumo como forma de fazer parte do seu tempo e da sua época. Mas gera uma contradição porque o indivíduo atende ao apelo consumista e se desmobiliza politicamente para atuar como verdadeiro cidadão. Para ilustrar esse comportamento, ele cita um trecho do livro O espaço cidadão do geógrafo baiano Milton Santos: "No Brasil, não existem cidadãos. Em lugar do cidadão formou-se um consumidor, que aceita ser chamado de usuário. É o cidadão mutilado transformado no consumidor mais-que-perfeito".

Consumidor que entra no jogo do crédito fácil sem medir as consequências para o seu orçamento familiar. Junta a fome com a vontade de comer. Além disso, as pessoas não são educadas financeiramente para identificar os valores e saber consumir conscientemente.
 
Economista e consultor em finanças pessoais, Roberto Ferreira, ressalta que não se prioriza a educação financeira nas escolas: "As pessoas devem ser educadas desde os primeiros anos de vida para usar o dinheiro. Além disso, o exemplo deve ser dado em casa, dentro da família. Uma criança que cresce vendo os pais com as contas atrasadas quando adulto não fará diferente".

Especialista em educação financeira, Cássia D'Aquino é cautelosa ao tratar a compulsão por consumo. Em sua avaliação, o que ocorre é que as pessoas assumem papéis na sociedade e se deixam confundir pela fantasia de si próprio. "Ele fica mais preocupado com o que o outro pensa dele. Você é a sombra. Vive atendendo aquilo que os outros acham apropriado para você", revela. E acrescenta: "Quem nunca comeu melado quando come se lambuza", ao se referir as facilidades de crédito.

Cássia assinala que a criança até os seis anos deve desenvolver uma base de educação financeira em casa, para saber se relacionar com o dinheiro na vida adulta. Em sua opinião, o papel da escola é desenvolver o sentido crítico na criança em relação ao consumo, para torná-la um cidadão consciente de que dinheiro não é tudo no mundo. "Algo que se pode fazer para a nossa população saber usar o dinheiro é ensinar a ler e escrever. Se a pessoa tem a compreensão e acesso à leitura, pode ir até o banco, conhecer os produtos e não ser feito de trouxa com um título de capitalização", conclui. (R.F.)

Devedores Anônimos resgata dependentes

Você já ouviu falar em DA (Devedores Anônimos)? Trata-se de um grupo de ajuda que atua com a filosofia semelhante ao AA (Alcoólicos Anônimos) para resgatar as pessoas com problemas financeiros causados pelo endividamento crônico. A ideia surgiu nos anos 60 nos Estados Unidos, e, no Brasil, a irmandade se instalou há dez anos nas metrópoles de São Paulo e Rio de Janeiro. Ao entrar para o grupo, o voluntário recebe os 12 passos, uma espécie de juramento que deverá ser repetido como um mantra, quando surgirem as tentações do consumo que levam ao débito compulsivo.

"Quando cheguei aqui eu estava muito mal, no fundo do poço, saindo do controle, assim como o alcoólatra e o drogado que não controlam a situação". Esse depoimento é de um dos coordenadores do grupo DA de São Paulo, M.O., 29 anos. Ele conta que estava com endividamento alto no cartão de crédito, com empréstimos pessoais, o nome sujo nos cadastros negativos e a vida financeira desestruturada. "Eu me endividava com tudo. É como o alcoólatra, tem um que se embriaga com uísque e outro com cerveja. Eu gastava mais com supérfluos, com saídas, lanches e quando precisava de uma roupa não tinha dinheiro para comprar", comenta.

Ao entrar no grupo, formado em geral por quinze pessoas, o endividado compulsivo narra a sua experiência, recebe um manual com os 12 passos, e é orientado a fazer uma planilha de despesas para identificar com o que gasta, e quanto gasta além da sua renda mensal. Os coordenadores do grupo orientam que seja feito um programa de pagamentos para a pessoa começar a se livrar dos débitos. Segundo M.O., o programa de recuperação tem que ser espontâneo, ninguém é obrigado a nada. A pessoa tem que perceber o seu problema. Não existe punição nem medida drástica. Tudo vai depender da situação de cada um.

Após dois anos de tratamento, M.O. diz que conseguiu fazer um cronograma de pagamento das dívidas, além de controlar melhor o uso do dinheiro. Mas é consciente que a vigilância deve ser permanente: "Não se pode dizer que existe uma cura. Sei que vou continuar com esse problema a minha vida inteira. Mas sei que posso ser detido para não repetir os mesmos erros". Assim como o oniomaníaco, o devedor compulsivo se esconde por trás de problemas emocionais. É o que comprova M.O. "Na verdade eu gasto para encobrir raiva, inibição, complexo. O endividamento é apenas uma parte do problema".

 Diario de Pernambuco –Economia

sexta-feira, 12 de novembro de 2010

Barreiras da UE prejudicam exportação de café solúvel, níquel e carne do Brasil


De forma indireta, Brasil e União Europeia (UE) continuaram o debate sobre barreiras ao comércio, no dia 26 de outubro de 2010. Levantamento brasileiro mostra que exportações de companhias brasileiras de café solúvel, níquel e carnes de ave e bovina enfrentam barreiras nos 27 países da UE e sofrem prejuízos de milhões de dólares. Por sua vez, um representante da UE minimizou relatório que Bruxelas divulgou na segunda-feira, que acusa o Brasil de protecionismo. Segundo o funcionário, a situação bilateral é de "business as usual". E deixou claro que os europeus não têm nenhum plano de abertura de disputa comercial com o Brasil.

Fonte: www.czechtrade.com.br

quinta-feira, 11 de novembro de 2010

De acordo com a ONU, Brasil é o 3º país mais desigual da América Latina

O Brasil é o terceiro país com maior desigualdade na América Latina, ao lado do Equador e atrás de Bolívia e Haiti, segundo o Relatório Regional sobre Desenvolvimento Humano para América Latina e Caribe 2010, divulgado nesta terça-feira pela Organização das Nações Unidas, em Quito. 

Fonte:  MSN

BRASIL : O 3º PIOR ÍNDICE DE DESIGUALDADE DO MUNDO

 O levantamento aponta dois outros grupos de países com situação mais grave: Bolívia, Camarões e Madagascar - empatados com 0,60 - e África do Sul, Haiti e Tailândia, todos com 0,59.

Dos 15 paises do mundo com maior concentração de renda, dez são da América Latina. Segundo a ONU, o baixo nível educacional é um dos fatores que mais dificultam a melhoria social na região.

Dos 15 países do mundo nos quais a distância entre ricos e pobres é maior, 10 estão na América Latina e Caribe.

O Brasil tem o terceiro pior Índice de Gini que mede o nível de desigualdade e, quanto mais perto de 1, mais desigual do mundo, com 0,56, empatando nessa posição com o Equador.

Concentração de renda pior só é encontrada em Bolívia, Camarões e Madagascar, com 0,60; seguidos de África do Sul, Haiti e Tailândia, com 0,59.
O relatório considera a renda domiciliar per capita e o último dado disponível em que era possível a comparação internacional.

No caso do Brasil, porém, a desigualdade de renda caiu fortemente nos últimos anos e, em 2008, o Índice de Gini estava em 0,515.

No Brasil, educação dos pais tem forte influência No Brasil, por exemplo, a escolaridade dos pais influencia em 55% o nível educacional que os filhos atingirão.

De 2001 a 2007, gasto social cresceu 30% na região

Registrou-se na região um aumento do gasto social por habitante, em média, de quase 50% entre 1990 e 2001.
Entre 2001 e 2007, o aumento foi de 30%.

A maior parte do dinheiro concentrou-se nas áreas de seguridade e de assistência social esta última, representada principalmente pelo aumento no número de aposentados.

Fonte: Agencia o Globo/Carolina Brígido - mccouto.blogspot.com

quarta-feira, 10 de novembro de 2010

Alvo de crise financeira, Grécia é país das oportunidades para empresária brasileira

 

País que passa por uma de suas piores crises financeiras, a Grécia dividiu em duas fases a vida da empresária brasileira Viviane Fiorentini, de 36 anos, que trocou o subúrbio do Rio de Janeiro pela capital grega, Atenas, há 16 anos.

“Crise, nós temos em todo lugar. Mas os gregos abriram as portas para mim. Isso fez com que eu me adaptasse muito bem, e hoje sou apaixonada pela Grécia. Não quero mais sair de lá”, afirma a carioca, de férias no Brasil há uma semana.

Entenda a crise na Grécia

Embora não esconda a admiração pelo país que adotou, a empresária também não minimiza os efeitos da atual crise. “Nunca tinha visto nada parecido nestes 16 anos que vivo na Grécia ao que está acontecendo hoje”, diz Viviane, que conta ter presenciado diversos protestos e enfrentado paralisação do sistema de transporte público.

Dona de um salão de manicure e pedicure na capital grega, ela diz ter assistido a clientela diminuir quase pela metade nos últimos meses. “Infelizmente, tivemos que cortar funcionários e estamos economizando no que podemos, inclusive [no consumo de] água e luz”, lamenta.

O país enfrenta esta semana uma nova onda de paralisações e protestos desde que se iniciou o debate sobre o pacote para conter a dívida pública - que alcançou 120% do Produto Interno Bruto – com cortes em diversos, setores e congelamento de salários.

Falando grego 
 
Apesar dos percalços causados pela crise, a empresária brasileira diz viver hoje uma situação financeira confortável, que a permitiu “realizar o sonho” de quando desembarcou em Atenas, aos 20 anos: além da casa em que vive, comprou uma casa no Rio e outra para a família, que vive em Nilópolis, na Baixada Fluminense, onde ela cresceu.

Mas a vida na Grécia nem sempre foi assim. Viviane conta que chegou ao país “sem falar uma palavra em grego ou inglês” para viver com uma tia, após deixar o filho, então com 5 anos, sob os cuidados dos pais dela. “Fui mãe adolescente, tive filho com 15 anos e casei. Era muito nova e acabei me separando aos 18. Como minha família era muito humilde e eu estava desempregada, decidi morar com uma tia que vive na Grécia.”

No país, Viviane cumpriu o roteiro comum a muitos brasileiros que vão viver ilegalmente no exterior: trabalhou como empregada doméstica e ajudante de serviços gerais em um hotel numa das paradisíacas ilhas gregas, onde viveu sua pior fase. Sem documentação legal e com um salário incerto, ela lembra que teve de se esconder num saco de lixo para escapar da fiscalização.

“Muitas vezes, quando acabava o serviço, o responsável do hotel me mandava capinar o jardim sob um sol de 40°. Após algum tempo, todas as brasileiras que trabalhavam nesse hotel foram embora, mas como eu tinha acabado de chegar e não falava grego, fui obrigada a passar por aquilo”, lembra.

'Menina do subúrbio'
 
A situação começou a mudar para a brasileira um ano depois, quando voltou para Atenas para assumir outro emprego na casa de uma família. Já com alguma desenvoltura na língua, Viviane conheceu um advogado grego com o qual se casaria e que a ajudou a superar a dificuldade do idioma.

“Hoje me comunico bem porque procurei entrar para o mundo grego e esquecer o brasileiro. Não tive aulas, meu namorado me ensinava. Demorou um ano e meio para ficar fluente. Mas, além disso, tinha a dificuldade de entrar para a cultura grega, que é muito diferente da nossa, principalmente para uma menina do subúrbio”, lembra.

Com ajuda do então marido, Viviane abriu o salão de manicure e pedicure que mantém até hoje. O local, ela conta, logo conquistou uma clientela fiel: primeiro de brasileiros que vivem no país e, depois, de gregos interessados na “qualidade do serviço brasileiro”.
  
Entre idas e vindas ao Rio, “às vezes até três vezes por ano”, para matar as saudades da família, há um ano, a empresária conseguiu levar o filho, hoje com 20, para viver em Atenas. 
  
Olimpíadas 
 
Os rumores de que uma crise financeira mais grave afetaria a Grécia não são de hoje, diz a brasileira. “Desde depois das Olimpíadas [de Atenas, em 2004], todo mundo falava que a Grécia ia passar por uma crise, mas nós não acreditávamos.”

Mas nem as paralisações nos serviços públicos, nem os protestos de trabalhadores que terminam em violentos confrontos com a polícia, abalam a confiança da brasileira de que o país europeu vai superar a crise. “Muitas coisas boas me apareceram aqui, mesmo na crise. Estou confiante que [o país] vai superar sim.”

Fonte: g1.globo.com

terça-feira, 9 de novembro de 2010

9 de novembro: um dia fatídico para a Alemanha

Não há outro dia que seja tão significativo para a história da Alemanha. De 1918 a 1989, o 9 de novembro foi a data de vários acontecimentos que marcaram a história do país. 

Em 9 de novembro de 1989, caiu o Muro de Berlim, um acontecimento de amplas consequências não só para a Alemanha como também para todo o mundo. Menos de um ano depois, a 3 de outubro de 1990, concretizava-se a reunificação da Alemanha, que estivera dividida durante 41 anos em consequência da derrota do país na Segunda Guerra Mundial.
O fim da antiga Alemanha Oriental, de regime comunista, deflagrou o desmoronamento de todos os regimes socialistas na Europa, colocando um ponto final no conflito Leste-Oeste e mudando completamente o mapa político do mundo.
O 9 de novembro de 1989 foi, portanto, um dia que mudou o destino da Alemanha e da Europa. Mas já desde os primórdios do século 20 a data foi marcada por acontecimentos importantes.
No dia 9 de novembro de 1918, o social-democrata Philipp Scheidemann proclamou a República na Alemanha, de uma sacada do Reichstag em Berlim. "A monarquia, essa coisa velha e podre, desmoronou-se. Viva o novo, viva a República alemã!", exclamou ele em discurso dirigido aos trabalhadores e soldados. 

Loja em Berlim destruída na Noite dos Cristais  

A jovem democracia enfrentou desde o princípio toda uma série de dificuldades, sendo atacada tanto pela esquerda como pela direita. A 9 de novembro de 1923, os nacional-socialistas de Munique realizaram uma passeata que entrou para a história, em direção ao pavilhão da Feldherrnhalle, no centro da capital bávara, numa tentativa frustrada de golpe contra o governo central. À frente do movimento, encontrava-se o então ainda desconhecido Adolf Hitler, que dez anos mais tarde assumiria o poder na Alemanha, dando início ao processo histórico que culminou na maior catástrofe que já abalou o mundo: a Segunda Guerra Mundial.
No caminho que conduziu a ela, os judeus na Alemanha foram sendo progressivamente privados de seus direitos, antes de ser sistematicamente aniquilados a partir de 1942. Em 9 de novembro de 1938, portanto antes ainda do início da guerra, sinagogas foram incendiadas, lojas de judeus foram assaltadas e saqueadas em toda a Alemanha. Aproximadamente 100 judeus foram assassinados e 26 mil transportados para campos de concentração.
O episódio, que ficou conhecido como Noite dos Cristais, é o mais terrível entre os acontecimentos históricos ocorridos num 9 de novembro. Um contraste maior, em relação ao 9 de novembro de 1989, impossível. 

Fonte: www.dw-world.de

sexta-feira, 5 de novembro de 2010

Administração: ciência, técnica ou arte?



Hoje existem muitos “administradores” que não têm a menor idéia do que vem a ser Administração.

Tratam-na como uma mera profissão sem se conscientizar de que é uma ciência, que deve ser estudada e respeitada como todas as demais.

Lêem algumas obras, muitas de excelente qualidade, sem dúvida, mas esquecem-se de que, para compreender melhor a Administração, é preciso conhecer as diversas teorias que a transformaram em uma ciência complexa e fascinante.

O número de lançamentos de livros na área de administração realmente é assustador!

Isso faz da Administração uma ciência viva, em pleno desenvolvimento. Hoje, de cada dez novos lançamentos de livros técnicos, pelo menos cinco são ligados a áreas da Administração.

O grande problema é essa dúvida que existe em relação à administração.

Afinal, trata-se de uma ciência, de uma técnica ou de uma arte?

Existem muitos enfoques sobre a administração quando diferentes autores a classificam como ciência, outros como técnica e até mesmo como uma arte.

De qualquer forma, para dirimir esta dúvida é preciso definir bem o que vem a ser ciência, técnica e arte.

Ciência significa conhecer, compreender, enfim, explicar a realidade. Ela não cria objetos e coisas.

O objeto da ciência é algo real, algo que existe.

A ciência procura conhecer e explicar algo que já existe, busca o conhecimento e a explicação das coisas.

A técnica tem como objetivo principal a operação ou... podemos dizer, a manipulação da realidade.

Técnica significa, através de normas e procedimentos, transformar a realidade de um objeto ou coisa, neste sentido, podemos dizer que a técnica é uma complementação da ciência.

Logo, a ciência explica as coisas através de hipóteses, leis e teorias, e a técnica não explica nada, apenas transforma coisas e objetos de acordo com a necessidade.

Por fim a arte que não explica e nem procura transformar coisas e objetos. Ela apenas procura captar uma realidade.

A arte depende, quase que exclusivamente, do ponto de vista do indivíduo, depende até do estado de espírito da pessoa no momento em que está captando essa realidade.

É o mesmo que dizer que a atitude de um gerente depende de seu humor.
Como disse o grande Michelangelo: a arte não é matemática, não é engenharia, e eu complemento, não é administração, a arte é idéia, é inspiração.

Este é um assunto polêmico.

Entendo que, diante dos conceitos dos principais autores da administração, não podemos considerar a administração como uma arte, já que a administração não pode ficar à mercê de interpretações subjetivas e vivências espirituais, isto é, não pode ficar a mercê somente do talento e da aptidão artística, se assim podemos colocar, de um indivíduo.

É difícil imaginar como ficariam as empresas dependendo do talento e da capacidade artística de seus gerentes e diretores, afinal, assim como na música, na pintura e em outras artes, não é todo dia que podemos encontrar um grande artista.

Na minha modesta opinião, a administração é antes de tudo uma ciência que estuda as organizações a fim de compreender seu funcionamento, sua evolução e seu comportamento, e a técnica atua como um complemento dessa ciência tão maravilhosa e desafiadora.

Podemos comparar a administração, por tratar-se de uma ciência em formação, a um objeto que se vai formando em etapas sucessivas.

A administração, ao longo de sua história, foi buscar em outras ciências aquilo que considerava pertinente.

Por exemplo, a administração, no início do século, adotou tudo o que a engenharia podia lhe oferecer de bom.

Podemos dizer que foi o período da racionalização do trabalho, isso foi mais ou menos até 1920.

Após a Primeira Guerra Mundial, começaram a se destacar as ciências do comportamento, tais como a psicologia e a sociologia, onde a administração foi buscar, também, contribuições importantes para o seu desenvolvimento.

Recebeu influência da matemática, principalmente depois da Segunda Guerra Mundial, quando os métodos quantitativos foram muito difundidos.

E, finalmente, por volta dos anos 50, a administração começa a ser tratada como parte da teoria geral dos sistemas.

Assim, podermos constatar claramente os vários enfoques dados por estudiosos da administração, considerados em períodos bem definidos.

Percebe-se que, até a década de 80, o enfoque principal era nos recursos físicos, ou seja, buscava-se produzir mais e mais investindo-se em equipamentos e máquinas.

Após 1980, a ênfase foi nos processos de produção, constatou-se que investir apenas nos recursos físicos não era suficiente se os processos não fossem coerentes.

A reengenharia proposta por Michael Hammer e James Champy, que nada mais é do que um completo repensar dos processos de trabalho da empresa é o melhor exemplo desse enfoque.

A transformação da sociedade, a partir do século XX, tem sido extraordinária.

Passamos de uma sociedade, basicamente, agrária para uma sociedade dinâmica e industrial, onde a educação e a tecnologia passaram a ser prioridade.

Acontece que, muitos de nossos problemas decisivos não estão no mundo das coisas, mas no mundo das pessoas, ou seja, esses problemas não podem ser resolvidos apenas por habilidades técnicas e científicas, exigirão também habilidades humanas e sociais, uma vez que o maior fracasso do homem tem sido sua incapacidade para conseguir a cooperação e a compreensão das pessoas.

Hoje administrar emoções é, provavelmente, o maior desafio do administrador moderno ao formar equipes harmoniosas e produtivas, na concretização do lucro e da felicidade grupal.

quinta-feira, 4 de novembro de 2010

1º Baile do Administrador

 
C O N V I T E

1º BAILE DO ADMINISTRADOR

A Casa do Administrador de Pernambuco – CAPE, o Conselho Regional de Administração de Pernambuco – CRA-PE e o Sindicato dos Administradores em Pernambuco – SINAEPE têm o prazer de convidar os administradores pernambucanos para participarem do 1º Baile do Administrador com entrada inteiramente gratuita com apresentação da carteira do CRA-PE.
LOCAL: Clube Círculo Militar do Recife
HORÁRIO: 20H
DATA: 19/11/2010 (SEXTA-FEIRA)
Confirmar a presença através do e-mail: cra@crape.com.br ou crapernambuco@yahoo.com.br ou através dos telefones: (81) 3268-4414/3441-4196 (8H às 14H).

quarta-feira, 3 de novembro de 2010

CAMPANHA - Doação de Brinquedos

Administração , Filosofia e Pensadores.



Devemos nos lembrar que a Administração das Coisas  não começou com Taylor e Fayol. Impérios e nações prosperaram muito antes desses dois pensadores e pesquisadores  tidos como os pais da Administração moderna.

Aristóteles desenvolveu metodologias científicas que perduraram por 1500 anos incontestes , nos pensamentos científicos, mas para ele a metafísica era a ciência mais geral de todas , estudava o ser , ou seja , aquilo que é , bem como o que significa.

Metafísica = Ta meta Physika , a primeira filosofia.

Pensamentos Científicos são idéias fundamentadas nas pesquisas metódicas e nos desenvolvimentos lógicos de raciocínios que produzam resultados desejados para as soluções de questões formuladas e que possam ser generalizados , de modo que possam ser comprovados universalmente.

As Ciências têm com fonte a Filosofia e não existe nenhum conhecimento humano que possa suplantar esses dois caminhos. Todavia , a Ciência não se guia mais pela filosofia. O homem antigo conseguiu criar o pensamento filosófico e depois desmembrá-lo no pensamento científico.

Assim, é preciso raciocinar com clareza, fazendo uso da razão para analisar e avaliar conceitos científicos e técnicos e, a filosofia fornece os elementos de juízo para a razão e tomada de decisões, mas são somente elementos, são a parte mas não o todo .


Por exemplo, a Administração profissional não pode ser entendida como um processo de busca da verdade sustentada pela ética dos filósofos . A ética nos negócios é regulamentada pelos rigores das leis civis, comerciais, penais e,, em alguma medidade imposta ou acordada por tratados políticos e econômicos entre países.

A prática de administração visa confirmar ou não as proposições obtidas segundo critérios conhecidos de limitações e exclusões (exceto as idéias mágicas dos gurus).

Portanto , a administração de empresas não tem o objetivo de confirmar uma verdade absoluta e sim um conjunto de teorias e práticas fundamentadas em um número limitado de variáveis , dentro de certas condições de estabilidade e duração num ambiente diverso mas regulado e fiscalizado pelo Estado e acompanhadas pela sociedade civil organizada , mas que se desenvolvido por um indivíduo pode ser testado e contestado por outros , até se chegar a uma conclusão temporária.

Contudo, a Administração pelo seu caráter social não pode ser entendida como mera alocação e reprodução eficiente de recursos materiais. Considerando que não existe uma verdade universal absoluta que seja do conhecimento humano, devemos considerar as verdades científicas para a melhor compreensão da Natureza (Universo).

É pertinente, sob limitações, o uso de princípios filosóficos no estudo e aplicação da prática de administração de empresas e de outras ciências.

Um filósofo prima por conceitos, porque é a partir dos conceitos que se afirma ou nega-se o ente e o não-ente , assim se produz a Filosofia. E, os conceitos só podem ser considerados a priori  no campo filosófico, contudo, os conceitos estão carregados pela visão do mundo que tem o pensador.

Logo, não é possível ou não é recomendável para o bom entendimento das idéias estudadas , dissociar o pensador de sua época, sem o que, os conceitos observados por quem os estuda , podem partir de premissas errôneas, coisa muito comum, por isso , os resultados são os equívocos de interpretação.

A crítica ou observância da época em que viveu o pensador é fundamental porque passa , o estudante ou leitor, a selecionar o que vai para suas considerações, no mínimo de acordo com as verdades do pensador estudado, ou seja, significa que , os ensinamentos serão sempre assimilados de acordo com os conhecimentos técnicos , científicos e as crenças políticas e religiosas do pensador , sem falar em todos os preconceitos e crenças advindas à consciência desse pensador , por intermédio da crença popular , familiar e de sua formação educacional e dos eventos históricos que também o influenciaram.

Por exemplo , quando Platão e Aristóteles defendiam em certa medida a aristocracia esclarecida como forma de governo, deve-se entender o contexto histórico da época , havia escravos , a mulher era subjugada totalmente , e a maioria dos governos de então era constituída por não-esclarecidos , não-fidalgos e religiosos fanáticos beócios.


"Onde existe o maior engano é quando acontece que algumas coisas que se oferecem na imaginação estejam também no intelecto , isto é , sejam concebidas clara e distintamente ; então , enquanto não se separa do confuso o distinto , a certeza , ou seja , a idéia verdadeira se mistura com as não distintas."

(Spinoza)


Por essas razões , é impossível que o pensador deva ficar isento , estanque , da época em que viveu , sem que isso seja considerado por quem o estuda. Isso é primário , alguém já disse que amadores estudam apenas os textos , mas , os profissionais estudam a exegese necessária à compreensão dos textos ; caso contrário haverá sempre uma dicotomia entre o que é posto por aquele que estuda determinado pensador , (posto pelo homem - thésis ) , em detrimento do este estáva ligado à idéia daquilo que é determinado pela própria natureza que o cercava (physis).

Assim , o estudioso chega ao entendimento exato dos textos. Não incute suas idéias ao texto (o que seria fazer in-egese), mas deduz do texto a mensagem objetiva (ex-egese). Quem assim não procede , corre o risco do subjetivismo ou de interpretações carregadas com suas prórias impressões.

"Acresce que tal engano provém de que concebem as coisas de um modo excessivamente abstrato , pois é bastante claro por si que aquilo que concebo em seu verdadeiro objeto não posso aplicar a outra coisa. Nasce , por último , também de que não inteligem os primeiros elementos de toda a Natureza ; donde , procedendo sem ordem e confundindo a Natureza com as coisas abstratas , embora sejam verdadeiros axiomas , a si mesmos se confundem e pervertem a ordem da Natureza."

(Emmanuel Kant) 

Fonte: Carlos Cezar - www.administradores.com.br