Quando o assunto são contas, o ano nunca começa devagar: IPVA, IPTU, material escolar e matrículas escolares são despesas pesadas para a grande maioria das famílias brasileiras. A essa altura, o 13° salário já encontrou um destino mais prazeroso do que pagar as obrigações cotidianas e as cobranças não param de acumular. O que fazer?
No caso de impostos estaduais ou municipais, a maioria das governos oferece a possibilidade do parcelamento. Optar pelo pagamento a prazo é uma maneira de ganhar fôlego para arrumar suas finanças. Porém, é preciso ter consciência de que esta não costuma ser a melhor opção. “Se o consumidor tiver condições financeiras de fazer o pagamento à vista, mesmo que considere o desconto pequeno, é melhor que o faça. O rendimento de aplicações seguras não consegue ser superior às deduções oferecidas, o que compensaria o parcelamento”, afirma Maria Elisa Novais, advogada do Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec).
No estado de São Paulo, por exemplo, os motoristas podem optar por pagar o IPVA à vista, com desconto de 3%, ou em até três vezes. Nenhum investimento seguro rende atualmente mais de 3% durante um trimestre. Portanto, quitar o débito de uma única vez significa economia.
Além disso, existe a questão do planejamento. Parcelar os tributos significa ficar com o orçamento apertado por mais tempo. “As pessoas acabam cedendo muito fácil à tentação do parcelamento e esquecem que essa opção fará com que seu orçamento continue apertado por mais tempo. Para quem pode, é melhor apertar os cintos em janeiro e fevereiro e já quitar todas as dívidas ”, diz Gustavo Cerbasi, especialista em finanças pessoais.
Isso não significa que você precisa necessariamente pagar todas as suas despesas à vista. Não vale ficar com o orçamento muito apertado somente para pagar tudo de uma única vez. Imprevistos são regra não exceção e, portanto, não é aconselhável ficar desguarnecido.
Escola e material escolar
As despesas com matrícula e material escolar são um pouco mais maleáveis. Existem algumas estratégias que podem ser usadas para reduzi-las. As escolas costumam sofrer bastante com a inadimplência no início de ano, exatamente pela grande concentração de despesas, o que favorece a negociação. “Muitas escolas se dispõem a dar descontos, que chegam a ser de até 15%, para quem pagar todas as mensalidades do ano de uma só vez”, afirma Cerbasi. Vá em frente e negocie você também.
As despesas com matrícula e material escolar são um pouco mais maleáveis. Existem algumas estratégias que podem ser usadas para reduzi-las. As escolas costumam sofrer bastante com a inadimplência no início de ano, exatamente pela grande concentração de despesas, o que favorece a negociação. “Muitas escolas se dispõem a dar descontos, que chegam a ser de até 15%, para quem pagar todas as mensalidades do ano de uma só vez”, afirma Cerbasi. Vá em frente e negocie você também.
O peso no orçamento das imensas listas de material escolar também pode ser atenuado. Uma dica é unir os pais de vários alunos da mesma série para realizarem as compras juntos. É uma boa maneira para conseguir descontos, em especial no caso das editoras. Os pais podem ainda averiguar com a escola se pelo menos parte dos pedidos da lista não serão usados apenas em outros momentos do ano. “Pode ser interessante dividir a lista e adiar pelo menos alguns dos gastos”, diz Maria Elisa Novais, do Idec.
Pesquisar em diversos estabelecimentos e sempre pedir descontos, principalmente se o pagamento for à vista, continuam a ser chave para gastar menos. “É preciso pesquisar bem os preços. Não dá para sair comprando no primeiro lugar em que se entra. Além disso, antes de sair às compras, dê uma boa olhada no que já se tem da lista. Muitas coisas ficam perdidas pela casa”, afirma Keyler Carvalho Rocha, professor de finanças da FEA-USP.
Na hora de tomar empréstimos, muito cuidado com os juros!
Na falta de dinheiro
A desorganização financeira foi grande demais e realmente não sobrou dinheiro para pagar as despesastomar um empréstimo para quitar todas as suas dívidas. Porém, é preciso ser muito seletivo na hora de escolher em qual modalidade de crédito se endividar.
Por mais que sejam as alternativas mais práticas, nunca, jamais, mas jamais mesmo, opte pelo cheque especial (140% de juros ao ano, na média) ou pelo rotativo do cartão de crédito (238% ao ano). As taxas são astronômicas. “Se realmente não houver dinheiro, opte pelo empréstimo menos caro, o consignado, ou pelo empréstimo pessoal (73% ao ano). Cartão de crédito e cheque especial são as opções mais caras de todas”, diz José Ronoel Piccin, conselheiro da Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade (Anefac). neste começo de ano. Bom, melhor do que ficar inadimplente é
Por mais que sejam as alternativas mais práticas, nunca, jamais, mas jamais mesmo, opte pelo cheque especial (140% de juros ao ano, na média) ou pelo rotativo do cartão de crédito (238% ao ano). As taxas são astronômicas. “Se realmente não houver dinheiro, opte pelo empréstimo menos caro, o consignado, ou pelo empréstimo pessoal (73% ao ano). Cartão de crédito e cheque especial são as opções mais caras de todas”, diz José Ronoel Piccin, conselheiro da Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade (Anefac). neste começo de ano. Bom, melhor do que ficar inadimplente é
Muitos bancos criam, inclusive, linhas de crédito específicas para esta época do ano. Dependendo da sua situação financeira, pode valer a pena, mas fique bem de olho nos juros, pois eles podem ao invés de ajudar, acabar te levando definitivamente à inadimplência.
Aperto nunca mais
Se você está entre aqueles que precisaram se endividar para dar conta de todas as despesas deste início de ano, faça com que essa seja a última vez que você precisa recorrer ao banco. A palavra-chave para evitar essa armadilha é planejamento financeiro. Por mais que seja enfadonho, crie uma planilha de gastos mensais para controlar seu rendimentos e despesas. “Com uma planilha, será possível identificar para onde vão suas receitas, controlar seus gastos e se planejar”, diz Maria Elisa.
Uma boa estratégia para quem tem dificuldade em se organizar é guardar todos os meses um pouco (no melhor estilo poupança) para dar conta dos pagamentos pesados de janeiro e fevereiro. O 13° salário pode ser o grande coringa para ajudar a cobrir os gastos. Os especialistas em finanças aconselham que ao menos uma parcela do salário extra seja guardada para esse fim.
De qualquer maneira, o importante é fazer um diagnóstico claro de suas despesas e rendimentos, identificando os excessos e cortando o que for necessário. Obviamente, não é possível gastar mais do que se ganha. Mais do que isso, o correto mesmo é sempre economizar parte do salário. “O ideal é poupar de 10% a 20% dos rendimentos mensais”, diz Maria Elisa, do Idec.
E onde cortar os excessos? “A maioria das pessoas tende a cortar os gastos mais simples relacionados ao lazer, como idas ao cinema, livros e viagens. Não é a melhor opção.
O bem-estar é o que traz o equilíbrio à nossa vida. O melhor é optar por cortar poucos, mas pesados gastos, como trocar para um modelo mais econômico de carro ou de imóvel”, afirma o especialista Gustavo Cerbasi. Se as coisas não deram muito certo em 2011, comece a se preparar para fazer tudo diferente em 2012. Agora é a hora.
Fonte: epocanegocios.globo.com
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